Dia Nacional de Combate ao Racismo

Sinopse

Por que 18 de novembro é o Dia Nacional de Combate ao Racismo

O Dia Nacional de Combate ao Racismo, celebrado em 18 de novembro, marca um momento fundamental da nossa história. A data faz referência à aprovação da Lei Afonso Arinos, em 1951, o primeiro marco legal que reconheceu práticas de discriminação racial como contravenção penal no Brasil. Foi a primeira vez que o Estado brasileiro admitiu que negar atendimento, serviço ou acesso a alguém por ser negra ou negro não era apenas injusto. Era crime.

Setenta anos depois, a data continua necessária. Ainda vivemos um país em que pessoas negras enfrentam mais violência, menos oportunidades e mais barreiras para acessar direitos básicos. Esse desequilíbrio revela que a lei foi um começo, mas a construção da igualdade exige presença diária, políticas públicas e responsabilidade social.

O peso da história e suas marcas no presente

O racismo não é acidental. Ele nasceu da forma como o Brasil foi estruturado. Durante séculos, o poder político e econômico esteve concentrado nas mãos de europeus, enquanto populações negras e indígenas eram escravizadas, violentadas e tratadas como vidas descartáveis. Essa ferida aberta atravessou gerações e segue determinando quem vive, quem morre, quem acessa direitos e quem tem oportunidades reais de prosperar.

Os dados mostram isso com clareza. Jovens negros são as principais vítimas de homicídio. Famílias negras têm menos acesso a serviços essenciais e mais dificuldade de reivindicar o que está garantido na Constituição. A democracia não chega da mesma forma para todos.

As ações afirmativas, previstas pelo Estatuto da Igualdade Racial, surgem justamente como resposta a essa desigualdade histórica. São políticas, recursos e escolhas que visam corrigir trajetórias forçadas pelo racismo estrutural.

A mídia como espelho e como ferramenta de transformação

Quando falamos de combate ao racismo, também falamos de comunicação. A maneira como contamos histórias importa. A escolha das palavras importa. A decisão de quem é ouvido e de quem é silenciado importa.

A Alma Preta, referência nacional em jornalismo de perspectiva negra, lembra em seu manual de redação antirracista que o racismo estrutura a sociedade e, por isso, aparece em todas as áreas da vida. A imprensa tem um papel central nesse processo. Ela pode desmontar estereótipos ou reforçá-los. Pode ampliar debates ou sufocá-los.

O manual reforça algo essencial: comunicar com responsabilidade não significa neutralidade distante da realidade. Significa precisão, ética e compromisso com a verdade. A imprensa negra do século passado já fazia isso quando transformava jornais em espaços de denúncia, educação e construção de identidade.

A comunicação importa porque pessoas negras não são um grupo único. São diversas, plurais, complexas. São mulheres, homens, pessoas trans, jovens, idosos, pessoas com deficiência, trabalhadoras, artistas, lideranças. E todas as suas vivências merecem ser tratadas com profundidade, respeito e contexto.

Por que essa conversa importa para a TODXS

Na TODXS, trabalhamos todos os dias para ampliar oportunidades, fortalecer a dignidade econômica e derrubar barreiras que impedem pessoas LGBTI+ de prosperarem. O combate ao racismo é uma parte indissociável dessa missão.

A desigualdade racial molda o acesso ao trabalho, à renda, à formação, à circulação e às possibilidades de futuro. Sem enfrentar o racismo, não existe inclusão produtiva real. Não existe dignidade econômica plena. Não existe justiça social.

Por isso, fortalecemos programas, conteúdos, políticas afirmativas e ações que ampliam caminhos para que pessoas negras possam acessar oportunidades de forma concreta. Abrir portas é responsabilidade coletiva.

O que cada pessoa pode fazer agora

Combater o racismo é um processo contínuo. Não cabe apenas ao Estado. Não cabe apenas às empresas. Cada pessoa tem um papel.

Algumas formas de agir no cotidiano:

• ouvir vozes negras com atenção e respeito
• revisar a forma como comunicamos e representamos as histórias
• apoiar criadores, organizações e negócios liderados por pessoas negras
• cobrar responsabilidade das instituições
• questionar silêncios e naturalizações que reforçam desigualdades

Para além da data

O Dia Nacional de Combate ao Racismo não é um ponto isolado do calendário. Ele é um lembrete. Um chamado. Um compromisso renovado para quem acredita em justiça social.

Na TODXS, seguimos firmes no propósito de criar oportunidades, fortalecer políticas afirmativas e usar a comunicação como ferramenta de transformação. A palavra move. A ação transforma.

Se quiser se aprofundar, o Guia de boas práticas anti-racista para empresa, desenvolvido pela TODXS Consultoria é um excelente ponto de partida. Ele abre caminhos para uma comunicação mais responsável, consciente e alinhada ao país que queremos construir.

Convite final

Que essa data inspire movimento. Que cada pessoa encontre um jeito de agir. Que a gente avance, juntos, na construção de um Brasil onde a igualdade não seja promessa, mas realidade.

Escrito por Dante Zapparoli é bacharel em Jornalismo pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), sendo atualmente colaborador de conteúdo da TODXS. Tem interesse em assuntos como gênero e sexualidade.

Ficha técnica

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