Guia Boas Práticas Mês da Consciência Negra

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Em memória à morte de Zumbi dos Palmares, líder do movimento abolicionista negro, em 1695, o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) é um momento de conscientização em prol da valorização da cultura negra e da luta por igualdade racial. Zumbi e Dandara, sua esposa, lideravam o Quilombo dos Palmares e se tornaram os maiores símbolos da luta da população afro-brasileira pela liberdade da escravização. Apesar de já celebrado anteriormente, somente em 2011 foi sancionada a lei no 12.519 que definiu o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra.

Entretanto, um único dia se faz insuficiente para abordar a complexidade da história da escravização no Brasil. Transformar no Mês da Consciência Negra foi importante para gerar novas oportunidades de ações e trazer mais visibilidade para o assunto. Celebrar as conquistas da luta antirracista, reivindicar a igualdade racial e valorizar a rica cultura afro-brasileira, suas tradições, religiões e contribuições para a formação da identidade nacional passaram a fazer parte da agenda do mês de novembro.

Essa agenda se tornou parte do calendário anual das organizações, construindo diversos caminhos para empresas relembrarem a luta antirracista. Angela Davis disse, “Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista.”, ações são as maiores aliadas na construção de um ambiente mais inclusivo e igualitário dentro das empresas. Mas como se tornar uma empresa aliada? 🤔


Não esqueça a interseccionalidade: uma empresa aliada reconhece e celebra os diferentes marcadores sociais que uma mesma pessoa pode ter. Uma pessoa negra também pode ser uma pessoa com deficiência, por exemplo.

Reconheça que o racismo é uma realidade: frases como “não existe racismo aqui”, “somos todos iguais” ou ““todo mundo tem sangue negro” perpetuam o mito da democracia racial e mascaram a realidade das desigualdades no Brasil. Esse discurso naturaliza o racismo estrutural, tornando-o invisível e impedindo soluções. Reconhecer a existência do racismo é o primeiro passo para combatê-lo.

Não propague falsa simetria: o racismo é uma relação de poder que privilegia brancos e oprime negros, gerando desigualdades. Esses privilégios vêm da exclusão de direitos. Falar em “racismo reverso” é uma falsa simetria que ignora essa realidade.

Conscientize as pessoas colaboradoras sobre o racismo: empresas aliadas promovem conscientização para que suas pessoas colaboradoras reconheçam o racismo e atuem no combate ao preconceito. 

81% das pessoas consideram o Brasil um país racista, mas somente 11% das pessoas admitem terem preconceito racial.

Letramento e conscientização são ações relevantes porque a sociedade brasileira ainda possui dificuldade em se responsabilizar individualmente ou construir consciência de que fazem parte desse problema.

Combata vieses inconscientes: julgamos e avaliamos as pessoas de forma automática, com base em preconceitos enraizados e estereótipos. Empresas aliadas focam em eliminar esses vieses para promover equidade e inclusão e combater o racismo.

4,7% é o percentual de pessoas negras em cargos de alta liderança nas empresas, mesmo sendo 56% da população

Realize senso e pesquisa de clima e crie estratégias antirracistas eficazes: desevenvolver estratégias baseadas em dados e metas é fundamental para aumentar a representatividade negra em lideranças, combater a discriminação, reduzir a rotatividade de profissionais negros e preservar a saúde emocional das pessoas colaboradoras negras.

As organizações devem estar dispostas a se adaptar, aprender com os erros, evoluir constantemente e agir. Embora o caminho de inclusão seja longo, algumas empresas já demonstram boas práticas de construção dessa reparação histórica. A PepsiCo, por exemplo, criou uma ação de marca empregadora chamada  “Movimento Negrow”, com a ajuda do Negrow, grupo de afinidade racial da empresa, para ampliar externamente as iniciativas que reforçam o compromisso da PepsiCo com a Equidade Racial. A companhia também estabeleceu as metas de ter 30% de negros e negras em cargos de liderança até 2025 no Brasil e 100% do quadro letrado até o final de 2024.

O impacto das empresas aliadas deve englobar 360º da inclusão. A parceria da Nívea com o Preta Hub, instituto que mapeia, capacita e acelera empreendimentos liderados por pessoas negras no Brasil, ajuda a criar oportunidades para essa comunidade em ambientes externos também, proporcionando autonomia em diversos âmbitos. Um dos objetivos das organizações que desejam ser ativas nesse movimento é gerar identificação para atrair várias perspectivas, e a diversidade promove essa realidade.

Para transformar sua empresa em uma aliada, re-lançamos o Guia de Boas Práticas para o Mês da Consciência Negra, que serve como referência para ações voltadas à atração e retenção de talentos negros. Você pode acessar o guia aqui. Na TODXS, nosso compromisso é apoiar a criação de ambientes inclusivos, diversos e antirracistas por meio de:

✶ Construção de estratégias de negócio antirracista

✶ Desenvolvimento de cartilhas de boas práticas antirracistas

✶ Organização de workshops sobre relações étnico-raciais com lideranças

✶ Apoio, revisão ou criação campanhas internas ou externas de impacto social

✶ Promoção de grupos de afinidade étnico-racial no time

Quer conversar mais sobre como sua empresa pode implementar essas ações? Entre em contato conosco!

Por Julia Petillo e Bárbara Macedo Ribeiro

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