Sementes de Inclusão – Boas Práticas para empresas no Setembro Verde

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A primavera inicia no final de setembro e traz consigo o florescimento e a renovação. Para muitos esse período do ano se torna  uma oportunidade de rever quem se é hoje e se transformar – e por que não pensar nisso para as empresas? Assim como a nova estação traz renovação à natureza, esse é o momento perfeito para refletir sobre as ações existentes e preparar o terreno para florescer novas oportunidades, em especial no que tange o tema diversidade.

É em setembro também que se celebra o Setembro Verde, campanha que surgiu para promover a reflexão sobre inclusão, equidade, garantia de direitos e erradicação de preconceitos contra pessoas com deficiência. É um mês dedicado à conscientização e valorização de pessoas com deficiência (PCDs), para refletir sobre as práticas de inclusão e acessibilidade nas empresas e avançar para ações concretas que promovam a equidade. 

A realidade de quem é uma pessoa com deficiência é desafiadora em muitos sentidos. Dados da PNAD Contínua de 2022 mostram que a população com deficiência no Brasil está estimada em 18,6 milhões de pessoas, correspondendo a 8,9% da população geral. Destas, apenas 25,6% concluíram os estudos até, pelo menos, o ensino médio, contra 57,3% das pessoas sem deficiência com o mesmo nível de instrução. A taxa de pessoas com deficiência com participação na força de trabalho também é desigual: 26,6% das pessoas com deficiência estão empregadas ou buscando emprego, enquanto entre as pessoas sem deficiência a participação é de 66,4%, disparidade que persiste mesmo com nível superior – 54,7% contra 84,2%, respectivamente. Mais da metade das pessoas com deficiência trabalham na informalidade e existe uma disparidade salarial acentuada entre pessoas com e sem deficiência, principalmente entre as mulheres, que ganham R$794 a menos que aquelas sem nenhum tipo de deficiência.

Apesar da existência das ferramentas legais de incentivo a empregabilidade PCD, ainda é difícil para essas pessoas ingressarem no mercado de trabalho, seja por questões de discriminação e preconceito, seja por despreparo e falta de acessibilidade por parte das empresas. As organizações persistem em ofertar cargos operacionais e com pouca possibilidade de desenvolvimento de carreira e as instituições que têm uma política mais adequada de contratação podem não ter pessoas colaboradoras engajadas na transformação do ambiente em um local equitativo e de pertencimento a qualquer pessoa. 


🤔Sua empresa é de fato inclusiva?

Questionar o modus operandi de uma organização não é tarefa fácil, mas é sim possível atingir um patamar de inclusão que permite equiparar as oportunidades às pessoas da sua organização. Para isso o trabalho deve ser contínuo e constante, desde o momento do recrutamento e seleção até a criação de estratégias de retenção que respeitem as subjetividades de cada indivíduo.

Existe um despreparo das empresas para lidar com esses profissionais e reconhecer as necessidades e potenciais de seus colaboradores com deficiência. A falta de informação sobre a capacidade de trabalho de pessoas com deficiência e até sobre a deficiência em si dificulta a inclusão. Se faz necessário que a gestão e a equipe de RH entenda as necessidades de cada pessoa e garanta adaptações às suas necessidades. Em alguns casos é necessário, por exemplo, que haja uma maior flexibilização do horário de trabalho, ou até mesmo o uso de recursos audiovisuais adaptáveis durante reuniões e treinamentos. Entender quais são os potenciais, habilidades e conhecimentos também faz grande diferença na construção de uma trajetória profissional adequada dentro da organização. 

A adequação do ambiente físico também é crucial nesse processo. Uma pessoa pode optar por não entrar em uma corporação ou mudar de empresa por falta de condições de trabalho. Banheiros acessíveis, pisos táteis, mesas adaptadas e computadores que permitem a instalação de softwares de leitura são alguns exemplos de adaptações ambientais necessárias. A falta de adequação impossibilita autonomia e independência, e com isso, não é possível trabalhar  de maneira produtiva e em igualdade de oportunidades. 

Iniciativas como o programa Prisma do Quinto Andar, que oferece capacitação gratuita para pessoas com deficiência, ajudam a aumentar essa taxa de inclusão. O projeto oferece uma bolsa auxílio durante 3 meses para as pessoas que frequentarem mais de 75% das aulas e convidam quem foi destaque do programa a participar de processos seletivos da companhia. Outro exemplo é a PepsiCo, que impactou não só na comunidade interna criando o Podemos+  — um dos cinco Grupos de afinidades da empresa, que discute ideias voltadas para o tema PCD — como na externa, patrocinando o espaço para pessoas com deficiência no Rock in Rio. Além disso, a empresa investe em treinamentos constantes sobre vieses inconscientes, liderança inclusiva e processos de recrutamento e desenvolvimento inclusivos.

Embora a realidade seja desafiadora, nosso compromisso é dar suporte às organizações em todas as etapas desse processo.  Pensando em apoiar ainda mais empresas, desenvolvemos uma Cartilha de Boas Práticas para o Setembro Verde, com orientações práticas sobre como promover a inclusão de pessoas com deficiência de maneira efetiva e contínua. A cartilha pode ser acessada aqui.

Esperamos que esse material apoie os desafios de implementação da jornada de transformação de sua organização, servindo de consulta para ações desde a captação, até a retenção de talentos. Entre em contato com a TODXS em caso de dúvidas ou sugestões de melhorias 🙂

Redação: Julia Petillo e Natália Dantas

Revisão textual: Amanda de Moraes

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